Sindicato fecha acordo polêmico com estúdio para regularizar vozes por IA
    Créditos: Divulgação/SAG-AFTR

    A SAG-AFTRA, conhecida por ser o principal sindicato de atores e atrizez de Hollywood, reveliu durante a CES 2023 uma aliança inédita com um estúdio de inteligência artificial para jogos, Replica Studios. O anúncio foi recebido de forma mista por dubladores profissionais, que repercutiram nas redes sociais.

    A colaboração permite a criação e licenciamento de réplicas digitais das vozes dos atores. Neste primeiro momento, no entanto, a ideia é utilizá-la apenas junto ao estúdio de jogos, especialmente por videogames AAA.

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    O acordo estabelece termos mínimos e condições para o uso de réplicas digitais de voz. Ele também enfatiza a necessidade de consentimento e negociação dos atores para o uso de suas “vozes digitais” e oferece a opção de não participar de novos trabalhos que utilizem essa tecnologia.

    Foto: Reprodução/Twitter

    “Este contrato marca um passo importante para o uso ético de vozes com IA em projetos criativos por desenvolvedores de jogos, e estabelece a base para o emprego justo e equitativo de dubladores à medida que exploram as novas oportunidades de receita fornecidas pela IA”, destaca o sindicato.

    A SAG-AFTRA destacou que o acordo feito com a Replica Studios passou por aprovação de diversos membros que poderiam ser afetados pela decisão. Contudo, nomes como Steve Blum, um dos maiores do setor, questionaram a aprovação do acordo pela comunidade de dubladores.

    “Oi?! Com todo o respeito… vocês fazem tal afirmação no comunicado: “Aprovado pelos membros afetados da comunidade de artistas do sindicato”. Ninguém em nossa comunidade aprovou isso, que eu saiba. Os jogos são a maior parte do meu sustento há anos. A quem estão se referindo?”, disse nas redes sociais.

    O tema se torna ainda mais sensível e controverso ao considerar que a própria SAG-AFTRA foi contra o uso crescente de inteligência artificial em escrita e atuação. Em maio deste ano, atores e atrizes enfrentaram uma longa batalha contra a tecnologia na indústria do cinema e entraram em greve.

    A paralisação chegou ao fim em setembro, 148 dias após o início da greve. Alguns meses depois, Duncan Crabtree-Ireland, o principal negociador do SAG-AFTRA, sindicato dos atores, relatou insatisfação de grande parte dos atores com preocupações pelo uso de inteligência artificial.

    Fonte: Hollywood Reporter

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