Em uma descoberta que pode revolucionar a tabela periódica, cientistas do Laboratório Berkeley, nos Estados Unidos, utilizaram um feixe de titânio para criar átomos do elemento 116, o livermório. Essa inovação não apenas representa um novo método para produzir elementos super raros, mas também abre caminho para a potencial criação do ainda desconhecido elemento 120, que se acredita ser estável.
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A tabela periódica organiza os elementos com base em seu número atômico, ou seja, o número de prótons que cada elemento possui em seu núcleo. Enquanto os primeiros 94 elementos são encontrados na natureza, os mais pesados só foram criados em laboratório, através da fusão de elementos existentes.
Tradicionalmente, a criação de elementos superpesados, como o oganessônio (elemento 118), envolve o bombardeio de um alvo de califórnio (98 prótons) com um feixe de cálcio (20 prótons). No entanto, o califórnio é o elemento mais pesado que pode ser usado como alvo, limitando a criação de elementos mais pesados.
A equipe de Berkeley inovou ao substituir o cálcio pelo titânio, que possui 22 prótons, no feixe. Essa mudança, no entanto, não foi simples. O processo requer o uso de titânio-50, um isótopo raro que representa apenas 5% do titânio natural na Terra.
O titânio-50 é aquecido em um forno especial a quase 1.650 °C, vaporizando-o. Uma fonte de íons produz um plasma de titânio carregado, que é então manipulado em um feixe e disparado contra o alvo.
Em um experimento de 22 dias, o feixe de titânio foi direcionado a um alvo de plutônio (94 prótons), resultando na produção de dois átomos de livermório, confirmando a eficácia do método.
Agora, a equipe planeja usar o feixe de titânio para buscar o elemento 120, bombardeando um alvo de califórnio. Estima-se que essa busca seja ainda mais desafiadora, podendo levar dez vezes mais tempo do que a produção do livermório.
Caso seja descoberto, o elemento 120, provisoriamente chamado de Unbinílio, seria classificado como um metal alcalino terroso e ocuparia a oitava linha da tabela periódica, ao lado do também desconhecido elemento 119.
O que torna o elemento 120 ainda mais interessante é a possibilidade de ele estar localizado na chamada “ilha de estabilidade”. Elementos superpesados geralmente têm meias-vidas muito curtas, decaindo em milissegundos, o que dificulta seu estudo e aplicação prática. No entanto, acredita-se que alguns isótopos desses elementos possam ter o número certo de nêutrons para estabilizá-los por minutos ou até dias.
Se confirmada a estabilidade do elemento 120, ele poderia ser o elemento novo mais útil criado em muito tempo, com aplicações em diversas áreas da ciência e tecnologia.
Os pesquisadores planejam iniciar os experimentos em 2025, mas a produção dos primeiros átomos de elemento 120 pode levar alguns anos.
Fonte: Nature
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