Créditos: Dick Thomas Johnson/Flickr

    Em meio à acalorada discussão sobre o fim da isenção de impostos para compras internacionais de até US$ 50, a Shein, gigante chinesa do e-commerce, rebateu as declarações de empresários e do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que seus clientes seriam majoritariamente das classes A e B. Segundo pesquisa Ipsos encomendada pela própria empresa, 88% dos consumidores da plataforma no Brasil pertencem às classes C, D e E, com metade deles concentrados nas classes D e E.

    Felipe Feistler, responsável pela operação da Shein no Brasil, afirmou que a pesquisa, realizada no primeiro trimestre de 2024, revela “o verdadeiro retrato dos consumidores da plataforma”. Ele defende que a isenção para compras de até US$ 50 é uma ferramenta de “empoderamento do consumidor”, permitindo o acesso a produtos internacionais de qualidade a preços acessíveis para as classes C, D e E, que não têm as mesmas oportunidades de compras no exterior que as classes A e B.

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    A Shein argumenta que a isenção de US$ 1.500 para compras no exterior e em free shops já beneficia as classes mais altas, questionando a justiça de não permitir que a classe C também possa comprar uma “blusinha” isenta. A empresa se posiciona como defensora do poder de compra dos brasileiros e critica a narrativa de que a isenção só beneficia os mais ricos.

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    A pesquisa da Shein contrasta com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que indicam que a isenção beneficia mais as pessoas de alta renda. Segundo a CNI, 41% dos que ganham mais de cinco salários mínimos fizeram compras internacionais com isenção, enquanto apenas 18% dos que ganham até dois salários mínimos o fizeram. A CNI e outras entidades empresariais defendem o fim da isenção, argumentando que ela prejudica a indústria nacional e causa desemprego.

    A disputa em torno do “imposto da blusinha” se intensifica, com argumentos de ambos os lados sobre justiça tributária, poder de compra e impacto na economia. A votação sobre o fim da isenção, prevista para esta quarta-feira no Congresso, promete ser um momento decisivo nesse debate.

    Fonte: VejaO Globo

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