Apple, NVIDIA e Anthropic, gigantes do setor de tecnologia, utilizaram transcrições de mais de 173 mil vídeos do YouTube para treinar seus modelos de inteligência artificial (IA) sem permissão, segundo investigação do Proof News.
Os dados, compilados pela organização sem fins lucrativos EleutherAI, abrangem vídeos de mais de 48 mil canais, incluindo criadores populares como Marques Brownlee e MrBeast, além de grandes veículos de notícias como The New York Times e BBC.
O conjunto de dados não inclui vídeos ou imagens do YouTube, mas sim transcrições de vídeos de alguns dos maiores criadores da plataforma. Marques Brownlee, conhecido como MKBHD, expressou sua preocupação no Twitter (X).
“Apple obteve dados para sua IA de várias empresas. Uma delas extraiu toneladas de dados/transcrições de vídeos do YouTube, incluindo os meus. Este será um problema crescente por muito tempo“, disse.
A descoberta levanta questões sobre a ética e a transparência no desenvolvimento da IA, destacando a prática comum de empresas utilizarem dados coletados sem consentimento para aprimorar seus modelos.
Empresa lança streaming de vídeos feitos com IA
Essa não é a primeira vez que empresas de IA são criticadas por falta de transparência em relação aos dados de treinamento. Recentemente, artistas e fotógrafos criticaram a Apple por não revelar a origem dos dados utilizados para treinar o Apple Intelligence, sua própria versão de IA generativa.
O YouTube, maior repositório de vídeos do mundo, é uma mina de ouro para o treinamento de modelos de IA, oferecendo não apenas transcrições, mas também áudio, vídeo e imagens. No entanto, tanto o CEO do YouTube, Neal Mohan, quanto o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, afirmaram que o uso de dados do YouTube para treinar IA viola os termos de serviço da plataforma.
Para verificar se as legendas de seus vídeos ou de seus canais favoritos fazem parte do conjunto de dados, o Proof News disponibiliza uma ferramenta de busca. A discussão sobre o uso de dados para o desenvolvimento de IA promete continuar, levantando questões importantes sobre privacidade, direitos autorais e ética na era da inteligência artificial.
Fonte: Proof News
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