Créditos: Divulgação/Kremlin

    Um novo marco no cinema, o filme “Putin“, que utiliza a tecnologia deepfake para representar o líder russo, está causando grande impacto nas vendas no Festival de Cinema de Cannes. O filme, que retrata a vida do presidente russo ao longo de seis décadas, começa com uma cena chocante dele em fraldas, seguido por uma montagem onde seu rosto foi digitalmente inserido no corpo de um ator real.

    Para aproximar-se extremamente do ditador, precisávamos de Putin, e não de um ator com maquiagem“, disse Vega, o diretor de 47 anos conhecido por seus sucessos no cinema polonês. Ele optou por gerar apenas o rosto usando inteligência artificial, devido à falta de imagens de alta resolução para um deepfake completo do corpo.

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    Os resultados são impressionantemente realistas. Vega brincou durante uma entrevista à AFP em Cannes: “Eu liguei para o Putin e perguntei se ele queria atuar no meu filme… Não, isso foi uma piada.

    O filme já foi vendido em 50 países antes mesmo de sua estreia em setembro. Segundo os produtores, “Putin” acompanha a vida do líder desde os 10 anos de idade, mostrando desde a violência do padrasto até uma representação fictícia de sua morte. “No final, eu mostro sua morte. Um final feliz”, comentou Vega.

    A ideia inicial veio a Vega durante os primeiros dias da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. “Primeiro, queria fazer um filme sobre a máfia russa. Depois, decidi fazer sobre o maior gangster”, explicou ele, descartando preocupações com represálias. “Putin deveria ter medo de mim”, afirmou.

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    Desenvolvendo a tecnologia, Vega agora quer compartilhá-la, permitindo que outros diretores enviem filmagens para que ele adicione multidões, atores e muitos outros elementos. Essa inovação, no entanto, gera preocupações significativas em Hollywood, onde a IA ameaça eliminar muitos empregos, especialmente entre técnicos de efeitos especiais e figurantes.

    Essa questão foi central durante a greve de meses de atores e escritores no ano passado, resultando em um acordo com os estúdios que incluiu promessas de pagamento aos atores por suas semelhanças geradas por IA.

    Apesar do uso extensivo de IA, como no rejuvenescimento de atores como Harrison Ford no último “Indiana Jones”, muitos estúdios preferem não discutir abertamente sobre isso. Alguns usos são menos controversos, como uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto Geena Davis para analisar roteiros em busca de viés de gênero.

    Com a IA transformando a criação em algo mais simples e possibilitando o impossível, a indústria do cinema está no limiar de uma nova era. “Precisamos querer ser ousados e disruptivos, mas também responsáveis”, disse Justine Ryst, chefe da YouTube França.

    Fonte: Yahoo!

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