Em um avanço notável, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) utilizaram inteligência artificial (IA) para criar um chatbot que permite aos usuários conversar com uma versão do futuro de si mesmos. O estudo, que ainda não passou por revisão por pares, revelou que a interação com o “eu” do futuro diminuiu a ansiedade e sentimentos de desmotivação nos participantes.

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    A pesquisa se baseou no conceito de “continuidade do eu futuro”, da ciência comportamental. Essa teoria sugere que pessoas que se sentem conectadas com seu futuro tendem a tomar decisões mais benéficas a longo prazo, seja em relação a finanças, educação ou saúde.

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    O chatbot, desenvolvido com o modelo GPT-3.5 da OpenAI, coleta informações sobre a vida, experiências e aspirações dos usuários para criar uma “memória sintética”, que serve como base para a conversa com o “eu” do futuro. Por exemplo, se alguém almeja ser professor de biologia, o chatbot pode simular um momento memorável em uma excursão com alunos.

    A ferramenta, que inclui uma imagem de perfil envelhecida digitalmente para representar o usuário aos 60 anos, demonstrou reduzir o “desconto temporal”, tendência de priorizar recompensas imediatas em detrimento de benefícios a longo prazo.

    “Quando as pessoas interagem com uma versão envelhecida de si mesmas, o futuro se torna mais tangível e imediato, diminuindo a distância psicológica entre o presente e o futuro”, explicou Ivo Vlaev, professor de ciência comportamental da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

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    Em um estudo com 344 participantes entre 18 e 30 anos, os pesquisadores observaram que os usuários relataram redução da ansiedade e de emoções negativas após conversar com seus “eus” digitais mais velhos.

    Embora sejam necessárias mais pesquisas, Vlaev ressalta que a eficácia do chatbot depende da sua capacidade de soar autêntico. “O uso de uma imagem envelhecida digitalmente é um toque inteligente, pois visualizar a si mesmo no futuro aumenta a sensação de continuidade e realismo”, afirmou.

    No entanto, ainda não está claro se a interação com o “eu” do futuro leva a mudanças comportamentais concretas. Os pesquisadores também alertam para a necessidade de considerar os aspectos éticos do conteúdo gerado por IA, que pode, em alguns casos, endossar comportamentos negativos ou prejudiciais.

    Fonte: Euronews

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