Em uma reviravolta surpreendente, o X, anteriormente conhecido como Twitter, iniciou o cumprimento das ordens de suspensão de contas emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Esta ação marca um recuo significativo na postura desafiadora adotada inicialmente por Elon Musk, proprietário da plataforma, em relação às determinações judiciais brasileiras.

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    O X começou a bloquear perfis que foram alvo de ordens de suspensão expedidas pelo STF, incluindo figuras polêmicas como o youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, e o blogueiro Allan dos Santos. Ambos estão sob investigação por supostamente disseminar desinformação e promover ataques contra instituições brasileiras.

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    Esta mudança de posicionamento ocorre após um intenso embate entre Musk e o Supremo. O bilionário havia anteriormente ordenado a suspensão do bloqueio das contas e chegou a divulgar publicamente decisões confidenciais emitidas pelo STF contendo ordens de bloqueio.

    As críticas de Musk foram direcionadas principalmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a propagação de fake news e a estruturação de uma suposta milícia digital. Ironicamente, o próprio Musk acabou se tornando alvo de investigação pela corte devido às suas ações.

    No entanto, na quarta-feira (18), as contas voltaram a ser suspensas, sinalizando uma mudança na estratégia da empresa. Esta decisão vem após uma série de medidas tomadas pelo ministro Moraes, que incluíram a ameaça de bloqueio da plataforma no Brasil.

    O conflito se intensificou quando o X retirou todos os seus representantes do Brasil e se recusou a cumprir ordens judiciais, incluindo a derrubada de perfis que fizeram ataques a delegados da Polícia Federal. Como consequência, a empresa foi multada em R$ 18 milhões.

    Inicialmente, o X se recusou a pagar as multas impostas. Em resposta, Moraes não apenas bloqueou as contas do serviço no Brasil, mas também estendeu a decisão de indisponibilidade de recursos para a Starlink, outra empresa de Musk que fornece internet via satélite.

    As instituições bancárias cumpriram prontamente a ordem do ministro, resultando no bloqueio dos recursos da empresa. As multas foram pagas e os valores transferidos para os cofres da União, demonstrando a eficácia das medidas judiciais.

    Apesar do pagamento das multas e do aparente recuo na posição de não cumprimento das ordens judiciais, o X continua tecnicamente bloqueado no Brasil. Isso se deve ao fato de a empresa ainda não ter nomeado um representante legal no país, uma exigência para a regularização de sua situação.

    Fonte: Correio Braziliense

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