O USB (Universal Serial Bus) foi desenvolvido nos anos 1990 como uma solução padrão para conectar computadores a periféricos, como teclados, mouses e impressoras. A ideia era simplificar a maneira como dispositivos eletrônicos trocavam dados e energia, substituindo uma variedade de portas e conectores proprietários por um único sistema universal.
A primeira versão do USB, o USB 1.0, foi lançada em 1996, oferecendo uma taxa de transferência máxima de 12 Mbps. No início, ele foi adotado lentamente, mas sua conveniência logo o tornou popular, especialmente com a chegada da versão USB 1.1, que corrigiu algumas falhas e aumentou a estabilidade da conexão.
Com o tempo, a tecnologia USB evoluiu para suportar taxas de transferência de dados mais altas e maior capacidade de fornecimento de energia, atendendo a uma variedade de dispositivos de consumo e comerciais.
A introdução do USB 2.0, em 2000, marcou um avanço enorme com uma velocidade de transferência de até 480 Mbps, sendo amplamente adotado para uma gama de novos dispositivos, desde discos rígidos externos até câmeras digitais.
Em 2008, o USB 3.0 trouxe uma verdadeira revolução: velocidade SuperSpeed de 5 Gbps, permitindo transferências de dados ainda mais rápidas e eficientes. Mais recentemente, o USB4 e o USB4 2.0 ofereceram melhorias substanciais em termos de velocidade e capacidade de fornecimento de energia, com taxas de transferência que chegam a 40 Gbps e 80 Gbps, respectivamente.
Ao longo dos anos, o USB evoluiu para incluir várias versões, cada uma trazendo melhorias em termos de velocidade de transferência de dados, eficiência energética e capacidade de carregamento.
Versão do USB | Data de Lançamento | Velocidade de transferência de dados | Consumo de energia | Usos comuns |
---|---|---|---|---|
USB 1.0 | 1996 | 1,5 Mbps (Low Speed) / 12 Mbps (Full Speed) | 5V, até 0,15 A (0,75 W) | Teclados, mouses, joysticks, dispositivos de baixa velocidade |
USB 1.1 | 1998 | 12 Mbps (Full Speed) | 5V, até 0,5 A (2,5 W) | Teclados, mouses, dispositivos de baixa velocidade |
USB 2.0 | 2000 | 480 Mbps (High Speed) | 5V, até 0,5 A (2,5 W) | Impressoras, discos rígidos externos, câmeras digitais, dispositivos de armazenamento em massa |
USB 3.0 | 2008 | 5 Gbps (SuperSpeed) | 5V, até 0,9 A (4,5 W) | Discos rígidos externos, SSDs, webcams de alta resolução, dispositivos de armazenamento em massa |
USB 3.1 | 2013 | 10 Gbps (SuperSpeed+) | 5V, até 0,9 A (4,5 W) | Docking stations, discos rígidos externos, SSDs, dispositivos de vídeo de alta definição |
USB 3.2 | 2017 | 20 Gbps (SuperSpeed++) | 5V, até 1,5 A (7,5 W) | SSDs de alto desempenho, equipamentos de captura de vídeo 4K, hubs de alta velocidade |
USB4 | 2019 | 40 Gbps | 5V-20V, até 5 A (100 W) | Docking stations avançadas, monitores de alta resolução (8K), dispositivos de armazenamento ultrarrápido |
USB4 2.0 | 2022 | 80 Gbps | 5V-48V, até 5 A (até 240 W com EPR) | Edição de vídeo 8K, uso de dispositivos de armazenamento de dados de alta performance, conexões múltiplas de alta velocidade |
O USB 1.0 foi introduzido em 1996 como o primeiro padrão de conectividade universal para periféricos de computador. Essa versão tinha uma velocidade máxima de transferência de 1,5 Mbps em modo de baixa velocidade e até 12 Mbps em modo de alta velocidade.
O USB 1.1, lançado em 1998, trouxe pequenas melhorias e correções de bugs, tornando-se a primeira versão amplamente adotada no mercado.
O USB 2.0, lançado em 2000, revolucionou o mercado com uma taxa de transferência de dados de até 480 Mbps, quarenta vezes mais rápido que seu antecessor.
A nova versão trouxe também o conceito de retrocompatibilidade, permitindo que dispositivos USB 1.1 funcionassem em portas USB 2.0, embora em velocidades mais baixas.
O USB 2.0 se tornou o padrão de fato por muitos anos, devido à sua capacidade de lidar com dispositivos que exigiam maiores larguras de banda, como discos rígidos externos, câmeras digitais e impressoras.
Esta versão não só aumentou a velocidade para incríveis 5 Gbps, como também melhorou a eficiência energética, permitindo que dispositivos enviassem e recebessem dados simultaneamente.
Ah, e o USB 3.0 foi projetado para ser retrocompatível com as versões anteriores, garantindo que dispositivos mais antigos ainda pudessem ser conectados a portas mais novas.
O USB4, lançado em 2019, é um grande salto em termos de desempenho e funcionalidade. Com suporte para velocidades de até 40 Gbps, ele é compatível com o padrão Thunderbolt 3, o que permite o uso de uma ampla gama de periféricos, incluindo monitores de alta resolução e dispositivos de armazenamento de alta velocidade.
O USB4 também introduziu uma melhor distribuição de largura de banda para dados e vídeo, tornando-se ideal para estações de trabalho modernas que exigem transferências rápidas e múltiplas conexões de vídeo.
Anunciado em 2022, o USB4 2.0 duplica a velocidade do USB4 original, alcançando taxas de transferência de até 80 Gbps, usando os atuais cabos USB-C. Este novo padrão é retrocompatível com todas as versões anteriores do USB, desde o USB 2.0 até o USB4, e também com o Thunderbolt 3.
A versão 2.0 do USB4 é ideal para cenários que requerem transferência de grandes volumes de dados em alta velocidade, como a edição de vídeo em 8K e uso de dispositivos de armazenamento de alto desempenho.
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Os conectores USB evoluíram ao longo do tempo, com diferentes formatos e tamanhos para atender às necessidades variadas de dispositivos e aplicações.
O conector USB Tipo A (ou USB-A) é o mais comum e amplamente reconhecido. Com seu formato retangular, ele é projetado para se conectar principalmente a dispositivos host, como computadores, consoles de videogame e televisores.
O USB-A suporta várias versões do padrão USB, incluindo USB 1.1, USB 2.0 e USB 3.x, sendo conhecido por sua durabilidade e facilidade de uso. É comum em dispositivos como teclados, mouses e hubs USB.
O conector USB Mini-A foi lançado para atender dispositivos menores e mais compactos. Ele possui um formato trapezoidal e foi usado principalmente em dispositivos móveis e câmeras digitais antes de ser substituído por conectores menores e mais eficientes.
O conector é menos comum hoje em dia, pois foi considerado obsoleto em favor de conectores mais novos como o Micro-USB e o USB-C.
O conector USB Micro-A é ainda menor que o Mini-A, projetado para dispositivos portáteis, como celulares e câmeras compactas. Ele também é compatível com a tecnologia USB On-The-Go (OTG), que permite que dispositivos móveis atuem como host USB, conectando-se diretamente a periféricos como pen drives.
O Micro-A oferecia um design durável, capaz de suportar até 10.000 ciclos de conexão e desconexão.
O conector USB Tipo B (ou USB-B) é usado principalmente para conectar periféricos, como impressoras e scanners, a um computador.
Ele possui um design quadrado com cantos chanfrados e é projetado para evitar que dois dispositivos host sejam conectados entre si, o que poderia causar danos ao hardware.
Embora menos comum com a popularidade crescente do USB-C, o USB-B ainda é relevante em configurações específicas que exigem sua robustez e confiabilidade.
O conector USB Mini-B é uma versão menor do USB-B, projetada para dispositivos compactos, como câmeras digitais e alguns tipos de dispositivos móveis mais antigos. E
Possui um design com cinco pinos, incluindo um pino ID para identificar a orientação do conector. Este conector foi muito utilizado no início dos anos 2000, mas, assim como o Mini-A, foi substituído por conectores mais modernos e compactos.
O conector USB Micro-B foi popular smartphones Android e outros dispositivos móveis antes do advento do USB-C. Ele tem um design ainda menor que o Mini-B, mas oferece os mesmos cinco pinos para suporte OTG.
O Micro-B é conhecido por sua durabilidade e capacidade de suportar até 10.000 ciclos de conexão, tornando-o uma escolha robusta para dispositivos móveis até a transição para o USB-C.
O conector USB Tipo C (ou USB-C) é o mais recente e mais versátil dos conectores USB. Com um design simétrico e reversível, o USB-C elimina o problema de orientação de conexão dos conectores anteriores.
Ele suporta todas as versões de USB, desde USB 2.0 até USB4, e também é compatível com outras tecnologias, como Thunderbolt 3 e 4, HDMI, e DisplayPort.
O USB-C pode fornecer até 240W de potência, o que é suficiente para carregar laptops e outros dispositivos de alta potência, além de suportar altas taxas de transferência de dados de até 80 Gbps com o USB4 2.0.
Quando falamos de USB, frequentemente mencionamos termos como “tipo de USB” e “conector USB”, que, apesar de relacionados, referem-se a aspectos diferentes da tecnologia USB.
Os tipos de USB, ou versões de USB, referem-se aos padrões ou gerações da tecnologia USB que determinam a capacidade de transferência de dados e a quantidade de energia que pode ser transmitida através do cabo.
Cada nova versão do USB oferece melhorias em velocidade, eficiência de energia e capacidades adicionais.
- Velocidade e capacidade: os tipos de USB (versões) determinam a velocidade de transferência de dados e a capacidade de fornecimento de energia. Quanto mais recente a versão, maior a velocidade e a eficiência energética.
- Compatibilidade física: os conectores USB referem-se ao formato físico e determinam se um cabo pode ser conectado a uma porta específica. Mesmo que dois dispositivos tenham a mesma versão USB, eles podem não se conectar fisicamente se os conectores não forem compatíveis.
- Retrocompatibilidade: as versões USB são geralmente retrocompatíveis em termos de velocidade e energia, mas isso não se aplica aos conectores. Por exemplo, um conector USB-C não se encaixará em uma porta USB-A sem um adaptador, mesmo que ambos suportem USB 3.0.
Em resumo, enquanto os “tipos de USB” se referem às gerações de tecnologia e desempenho, os “conectores USB” tratam do formato físico da conexão.
Plug/Receptáculo | USB A | USB 3.0 A SS | USB B | USB 3.0 B SS | USB Mini-A | USB Mini-B | USB Micro-A | USB Micro-B | USB 3.0 Micro-B SS | USB-C |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
USB A | Sim | Somente não-SuperSpeed | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não |
USB 3.0 A SS | Somente não-SuperSpeed | Sim | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não |
USB B | Não | Não | Sim | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não |
USB 3.0 B SS | Não | Não | Somente não-SuperSpeed | Sim | Não | Não | Não | Não | Não | Não |
USB Mini-A | Não | Não | Não | Não | Sim | Não | Não | Não | Não | Não |
USB Mini-AB | Não | Não | Não | Não | Depreciado | Depreciado | Não | Não | Não | Não |
USB Mini-B | Não | Não | Não | Não | Não | Sim | Não | Não | Não | Não |
USB Micro-A | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Sim | Sim | Não | Não |
USB Micro-B | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Sim | Não | Não |
USB 3.0 Micro-B SS | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Somente não-SuperSpeed | Sim | Não |
USB-C | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Não | Sim |
Plugs em cada extremidade | USB A | USB Mini-A | USB Micro-A | USB B | USB Mini-B | USB Micro-B | USB 3.0 Micro-B | USB-C |
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USB A | Proprietário, perigoso | Proprietário, perigoso | Proprietário, perigoso | Sim | Sim | Sim | Não | Sim |
USB Mini-A | Proprietário, perigoso | Não | Não | Depreciado | Depreciado | Não-padrão | Não | Não |
USB Micro-A | Proprietário, perigoso | Não | Não | Não-padrão | Não-padrão | Não-padrão | Não | Não |
USB B | Sim | Depreciado | Não-padrão | Não | Não | Não | Não | Sim |
USB Mini-B | Sim | Depreciado | Não-padrão | Não | Sim | OTG não-padrão | OTG não-padrão | Sim |
USB Micro-B | Sim | Não-padrão | Sim | Não | OTG não-padrão | Sim | OTG não-padrão | Sim |
USB 3.0 Micro-B | Não | Não | Não | Não | Não | OTG não-padrão | Sim | Sim |
USB-C | Sim | Não | Não | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim |
Legenda:
- Sim: Indica que os plugs nas extremidades do cabo são compatíveis.
- Não: Indica que os plugs não são compatíveis.
- Depreciado: Indica que o uso do conector foi descontinuado ou não é mais recomendado.
- Não-padrão: Indica que a combinação não segue as especificações padrão do USB.
- Proprietário, perigoso: Refere-se a conectores que são exclusivos para certos dispositivos e podem ser perigosos para uso com outros equipamentos.
Essa tabela ilustra a compatibilidade entre diferentes tipos de cabos USB, identificando combinações de plugues que são seguras, depreciadas ou não recomendadas de acordo com os padrões atuais.
Proprietário, perigoso: conectores existentes para fins proprietários específicos, não interoperáveis com equipamentos compatíveis com USB-IF e possivelmente danosos para ambos os dispositivos quando conectados.
Com avanços contínuos focados em melhorar a velocidade, a eficiência energética e a versatilidade das conexões, o USB segue como o padrão mais adotado e exigido globalmente.
Veja motivos para crer que ele continuará sendo o principal padrão por muitas décadas:
O conector USB-C, que já se tornou o padrão dominante para muitas aplicações devido à sua versatilidade e desempenho, continuará a expandir suas capacidades.
Com a introdução do USB4 e do USB4 2.0, o conector USB-C agora suporta velocidades de até 80 Gbps, permitindo transferências de dados extremamente rápidas, como a edição de vídeos 8K em tempo real ou a movimentação de grandes volumes de dados em segundos.
O USB-C é capaz de fornecer até 240W de potência, suficiente para carregar laptops, monitores de alta potência e outros dispositivos que exigem mais energia.
Outro aspecto do futuro do USB é a sua integração com outras tecnologias de conectividade. O USB-C, por exemplo, já suporta outros protocolos como Thunderbolt, HDMI, e DisplayPort.
A capacidade de funcionar como uma conexão universal para múltiplos tipos de dispositivos e tecnologias reduz a necessidade de múltiplos cabos e conectores, simplificando as configurações de hardware e tornando os dispositivos mais versáteis e fáceis de usar.
Com a crescente ênfase em eficiência energética e sustentabilidade, as futuras versões do USB provavelmente incorporarão tecnologias que aumentam a eficiência de transferência de energiae e ainda reduzem o consumo geral de energia.
Isso poderá vir acompanhado de melhorias na tecnologia USB Power Delivery (USB PD), que já permite uma distribuição mais eficiente da energia para diferentes dispositivos conectados.
Com a evolução das ameaças cibernéticas, o USB do futuro também deverá incorporar novos padrões de segurança. Estamos falando da inclusão da autenticação avançada e métodos de criptografia para assegurar que apenas dispositivos autorizados possam se conectar e transferir dados através de portas USB, protegendo contra acessos não autorizados e ataques de malware.
O USB4 e o USB4 2.0 são projetados para serem verdadeiramente universais. Com a eliminação gradual de portas e conectores menos eficientes, o USB4 pode se tornar a única interface necessária para praticamente qualquer tipo de conexão de dados e energia em dispositivos eletrônicos futuros.
Com a recente decisão da União Europeia de padronizar o USB-C como o conector de carregamento para todos os smartphones e dispositivos portáteis vendidos na região a partir de 2024, é provável que outros mercados sigam o exemplo.
Tal exigência consolidará ainda mais a posição do USB como o padrão para conectividade e carregamento, reduzindo o lixo eletrônico gerado por carregadores incompatíveis e promovendo uma maior comodidade para os consumidores.