As políticas protecionistas de Donald Trump, que irá retornar à Casa Branca, podem elevar os custos anuais de produção de carro nos Estados Unidos em até US$ 40 bilhões, segundo análises do setor automotivo.
O presidente eleito planeja impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações, além de taxas adicionais sobre determinados produtos específicos. As medidas podem ser implementadas sem aprovação do Congresso, através da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.
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O impacto seria significativo para a indústria automobilística americana, que comercializa cerca de 15 milhões de veículos por ano – volume segundo apenas ao da China. Grande parte desses automóveis depende de peças importadas do México, Canadá e Japão.
Apenas o México foi responsável por 41% das autopeças importadas pelos EUA no primeiro semestre deste ano, beneficiando-se do acordo comercial USMCA, que elimina tarifas entre os países norte-americanos.
Segundo a consultoria AlixPartners, se as altas tarifas forem impostas sobre peças importadas, o custo de fabricação por carro produzido nos EUA poderá aumentar em até US$ 4.000. Considerando uma produção anual de 10 milhões de veículos, isso representaria um acréscimo de US$ 40 bilhões nos custos.
O cenário já começa a afetar decisões corporativas. A Toyota Motor anunciou investimentos de US$ 1,45 bilhão no México para aumentar a produção da nova geração da picape Tacoma destinada ao mercado americano, mas o futuro do projeto permanece incerto.
As medidas protecionistas não afetariam apenas o setor automotivo. Outras indústrias manufatureiras, como as de aço e maquinário, também seriam forçadas a aumentar sua produção nos EUA, possivelmente elevando preços ao consumidor.
O think tank Tax Foundation, sediado em Washington, estima que as tarifas poderiam aumentar a receita americana em US$ 3,8 trilhões no longo prazo. Contudo, há preocupações de que as empresas repassariam os custos mais altos aos consumidores.
Fonte: Nikkei Asia