A Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou uma ofensiva sem precedentes contra os golpes conhecidos como “pig butchering”, removendo mais de 2 milhões de contas suspeitas apenas este ano.
O esquema, cujo nome em inglês significa literalmente “abate do porco”, é uma fraude elaborada que pode se estender por meses. Os criminosos cultivam pacientemente amizades ou relacionamentos românticos online antes de convencer as vítimas a investir em falsos esquemas de criptomoedas.
Segundo dados do FBI divulgados em setembro, as perdas reportadas com golpes de investimentos em criptomoedas – categoria que inclui principalmente o “pig butchering” – atingiram um recorde de quase US$ 4 bilhões. Especialistas estimam que o valor real seja ainda maior, já que muitas vítimas não registram queixa.
Leia mais:
Como parte das novas medidas de segurança, a Meta dedicará uma equipe específica para identificar onde os golpistas operam e compartilhará essas informações com autoridades policiais internacionais.
A empresa também implementará um sistema de alertas automáticos quando usuários receberem mensagens suspeitas de estranhos via Facebook Messenger, Instagram DMs ou forem adicionados a grupos no WhatsApp.
Os golpistas frequentemente utilizam múltiplas plataformas em sua estratégia, iniciando o contato em aplicativos de relacionamento e depois direcionando as vítimas para o Telegram, conhecido por sua moderação mais flexível.
A Meta não está sozinha neste combate. Junto com empresas como Match Group (dona do Tinder e Hinge) e várias companhias de criptomoedas, formou a coalizão Tech Against Scams para compartilhar informações sobre golpistas e melhorar a educação dos usuários.
Em uma ação recente, a empresa derrubou uma rede de contas operando do Camboja após um alerta da OpenAI, que detectou golpistas tentando usar o ChatGPT para traduzir mensagens e gerar posts para as vítimas.
Brasil processa Meta, TikTok e Kwai por não terem políticas de proteção a crianças
No entanto, alguns especialistas consideram as medidas insuficientes. Jake Sims, cofundador da Operation Shamrock, coalização global de combate a fraudes, afirma que alertas proativos e remoção periódica de contas não são proporcionais à escala do problema.
“Após três anos de conhecimento deste problema em suas plataformas, a situação está piorando, não melhorando“, criticou Sims em entrevista à NBC News.
Fonte: NBC