Em uma decisão significativa para o cenário das redes sociais, um juiz dos Estados Unidos determinou que a Meta deverá enfrentar uma ação judicial que alega que a empresa deliberadamente desenvolveu recursos no Instagram para viciar jovens usuários da plataforma.

    A decisão foi proferida pelo juiz Peter Krupp, do Tribunal Superior do Condado de Suffolk, em Boston, que rejeitou o pedido da Meta para arquivar as acusações apresentadas pela procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell.

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    O processo, movido em outubro de 2023, acusa a empresa de violar a lei estadual de proteção ao consumidor e causar incômodo público. A Meta tem negado as acusações, afirmando que desenvolveu diversas ferramentas para apoiar pais e adolescentes que utilizam o Instagram.

    Entre as principais alegações do processo está o design intencional de recursos como notificações, sistema de “curtidas” e rolagem infinita, que, segundo o estado, foram desenvolvidos para explorar as vulnerabilidades psicológicas dos adolescentes visando lucro.

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    Dados internos da própria empresa, conforme apontado no processo, demonstraram que a plataforma estava causando dependência e prejudicando a saúde mental das crianças. Mesmo assim, executivos da companhia teriam ignorado recomendações de pesquisas internas que sugeriam mudanças para melhorar o bem-estar dos adolescentes.

    A decisão em Massachusetts segue uma tendência mais ampla de questionamentos legais contra as redes sociais. Recentemente, um juiz federal da Califórnia também rejeitou tentativa da Meta de arquivar processos similares movidos por mais de 30 estados.

    O caso apresenta paralelos com ações recentes contra outras plataformas. Em outubro, quatorze estados americanos processaram o TikTok, acusando-o de criar um software intencionalmente viciante para manter crianças engajadas pelo máximo de tempo possível.

    Massachusetts optou por uma estratégia diferente da maioria dos estados, apresentando suas reivindicações na justiça estadual, em vez da federal. A Meta, até o momento, não se pronunciou sobre a decisão mais recente do juiz Krupp.

    Fonte: Reuters

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