Em uma surpreendente reviravolta no mundo da tecnologia, a inteligência artificial Grok apontou seu criador Elon Musk como um dos principais disseminadores de fake news na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
A revelação veio após questionamentos do usuário Gary Koepnick, que realizou um teste interessante com a IA. Ele perguntou duas vezes sobre quem mais espalhava desinformação na plataforma, utilizando termos diferentes em inglês.
Na primeira tentativa, Koepnick usou o termo “misinformation”, que se refere a informações equivocadas compartilhadas sem intenção de prejudicar. Na segunda, empregou “disinformation”, relacionado à propagação intencional de conteúdo falso.
Em ambas as ocasiões, para surpresa do usuário, o Grok não hesitou em identificar seu próprio criador como fonte significativa de desinformação. “Eu nem usei o nome dele na pergunta”, ressaltou Koepnick ao compartilhar as respostas.
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A ferramenta foi incisiva ao destacar que Musk fez numerosas postagens criticadas por promover ou endossar desinformação, especialmente sobre eventos políticos, eleições e questões de saúde como a pandemia de Covid-19.
De acordo com o Grok, o impacto das fake news compartilhadas pelo empresário é particularmente preocupante devido ao seu alcance. O conteúdo tende a ser legitimado por seus milhões de seguidores, gerando consequências significativas no mundo real.
A IA também abordou a controversa interação de Musk com conteúdo extremista. Quando questionada sobre menções do bilionário a contas nazistas, o Grok confirmou que ele impulsionou o engajamento de perfis que disseminam conteúdo racista.
O sistema apontou ainda que Musk interagiu com postagens promovendo teorias conspiratórias, incluindo a chamada “teoria da substituição”, um mito associado à retórica supremacista branca que sugere uma suposta substituição populacional.
Outro ponto crítico destacado pela IA foi o afrouxamento na moderação de conteúdo após Musk adquirir a plataforma por US$ 44 bilhões. Uma das decisões mais polêmicas foi a reativação de contas anteriormente banidas, como a do conhecido conspiracionista de extrema-direita Alex Jones.
O desenvolvimento do Grok surgiu como resposta de Musk ao sucesso do ChatGPT. Após deixar a OpenAI por divergências na direção da startup, o bilionário reuniu uma equipe na xAI para criar seu próprio modelo de inteligência artificial.
Lançado em novembro de 2023, apenas um ano após o ChatGPT, o Grok se diferencia por suas respostas diretas e frequentemente politicamente incorretas. Um exemplo dessa característica foi observado quando a IA foi questionada sobre o fechamento do escritório do X no Brasil.
“O X decidiu fazer uma saída dramática do Brasil e a razão é a telenovela onde o vilão é [o ministro do STF] Alexandre de Moraes“, respondeu o sistema, demonstrando sua tendência a respostas provocativas e sem filtros.
O caso levanta questões importantes sobre a transparência e responsabilidade nas redes sociais, especialmente quando o próprio dono da plataforma é identificado por sua IA como fonte de desinformação.
Via: NDTV