Em um movimento significativo para a indústria da comunicação, o Google finalmente concordou em pagar pelo uso de conteúdo jornalístico produzido por veículos de imprensa da Califórnia, fechando um acordo histórico de US$ 250 milhões em agosto.

    A negociação ganhou força após a deputada estadual democrata Buffy Wicks, de Oakland, apresentar um projeto de lei que obrigaria as plataformas digitais a negociarem a remuneração pelo uso de conteúdo noticioso.

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    Durante as negociações, o gigante das buscas chegou a adotar táticas controversas, incluindo o bloqueio de links de veículos de imprensa californianos, uma estratégia que já havia sido utilizada na Austrália e no Canadá.

    A manobra foi duramente criticada pelo senador estadual Mike McGuire, que classificou a ação como “claro abuso de poder” e uma “extraordinária demonstração de arrogância” por parte da empresa.

    O acordo final incluiu uma condição peculiar: o governo estadual da Califórnia contribuirá com US$ 70 milhões para financiar o jornalismo, um aspecto que gerou debates sobre a participação do contribuinte em negociações entre empresas privadas.

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    Este não é um caso isolado na história recente do Google. A empresa já estabeleceu acordos similares com grandes grupos de mídia, como a News Corporation e o New York Times nos Estados Unidos, além de ter fechado um acordo de US$ 76 milhões com 121 editoras na França.

    Na Austrália, país pioneiro neste tipo de regulamentação, tanto o Google quanto a Meta (controladora do Facebook) estabeleceram acordos com a maioria dos veículos de imprensa locais, após inicial resistência.

    O caso da Califórnia estabelece um importante precedente e pode influenciar negociações similares em outros lugares, incluindo o Brasil, onde tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que visa regular a remuneração dos produtores de conteúdo pelas plataformas digitais.

    Fonte: O Globo

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