O Google, em um movimento estratégico para fortalecer sua presença no campo da inteligência artificial (IA), fechou um acordo com a startup Character.AI, fundada pelo brasileiro Daniel de Freitas e seu sócio Noam Shazeer, para licenciar sua tecnologia por US$ 3 bilhões (aproximadamente R$ 16,5 bilhões).

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    A transação, que não envolve a compra da Character.AI em si, destaca a crescente tendência entre as grandes empresas de tecnologia de buscar acordos inovadores para adquirir talentos e tecnologias-chave no competitivo mercado de IA. Cerca de 20% dos funcionários da Character.AI, incluindo seus fundadores, se juntarão ao Google como parte do acordo.

    Reprodução/Character.AI

    A decisão do Google de licenciar a tecnologia da Character.AI, em vez de adquirir a empresa integralmente, reflete uma estratégia emergente no Vale do Silício para contornar o escrutínio regulatório e as complexidades de aquisições tradicionais. Essa abordagem permite que as gigantes de tecnologia absorvam inovações valiosas sem assumir a propriedade total das empresas, o que pode ajudar a evitar questões antitruste.

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    O acordo também ressalta o crescente interesse e investimento em IA, com startups atraindo grandes investimentos e concordando com condições que envolvem o uso de recursos das empresas investidoras. A disposição do Google em pagar um valor substancial pela tecnologia da Character.AI demonstra a importância estratégica da IA para o futuro da empresa.

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    A Character.AI, que levantou quase US$ 200 milhões em investimentos, continuará operando de forma independente, mas sem seus fundadores e alguns funcionários-chave. O restante da empresa, que não se beneficiará diretamente dos ganhos financeiros do acordo, enfrentará o desafio de seguir em frente sem sua liderança original.

    Essa transação se junta a uma série de acordos semelhantes no setor de IA, como os da Microsoft com a Inflection e da Amazon com a Adept, nos quais as grandes empresas de tecnologia licenciaram tecnologias e contrataram funcionários-chave de startups, efetivamente absorvendo seus principais ativos sem adquirir a empresa em si.

    Esses acordos levantam questões sobre o impacto na concorrência e se as grandes empresas de tecnologia estão usando essa estratégia para evitar o escrutínio regulatório. Reguladores como a FTC (Comissão Federal de Comércio) dos EUA estão investigando esses acordos e seu potencial impacto no mercado.

    Enquanto o Google se beneficia da experiência e tecnologia da Character.AI, o futuro da startup permanece incerto. A empresa precisará se adaptar à perda de seus fundadores e funcionários-chave e encontrar novas maneiras de inovar e competir no mercado de IA em rápida evolução.

    Fonte: O Globo

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