Em uma iniciativa que promete revolucionar a forma como identificamos humanos e robôs, o projeto World, cocriado pelo CEO da OpenAI e criador do ChatGPT, Sam Altman, chega oficialmente ao Brasil com uma proposta inovadora de escaneamento da íris da população.
A implementação começa por São Paulo, onde dez pontos de coleta serão estabelecidos em diferentes shoppings da cidade. O registro será gratuito para todos os interessados, conforme anunciado pela empresa World.
O projeto teve uma fase de testes no segundo semestre de 2023, quando três locais de atendimento foram disponibilizados temporariamente na capital paulista. Agora, a iniciativa retorna em caráter permanente.
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A tecnologia promete substituir sistemas tradicionais de verificação, como o Captcha, que segundo a World, já pode ser burlado por sistemas de inteligência artificial mais avançados.
O processo de registro é relativamente simples: os usuários precisam baixar o World App, para iOS ou Android, agendar um horário em um dos pontos de verificação e comparecer pessoalmente para que uma câmera especial, chamada Orb, capture a imagem de sua íris.
A empresa garante que as imagens são imediatamente criptografadas, enviadas ao celular do usuário e deletadas do sistema. O processo gera um código numérico único, chamado World ID, que funciona como um passaporte digital.
Como parte do projeto, os participantes receberão uma criptomoeda chamada Token Worldcoin (WLD) como recompensa pelo cadastro. A World App permite realizar transações com essa moeda digital.
No entanto, especialistas em privacidade expressam preocupações. Rafael Zanatta, diretor do Data Privacy Brasil, alerta que mesmo com a exclusão da imagem, o identificador único permanece e pode ser monetizado pela empresa.
Nina da Hora, do Instituto da Hora, questiona a legitimidade de uma organização independente coletar códigos genéticos da população. “É extremamente delicada a afirmação de que precisam invadir a privacidade das pessoas para protegê-las”, argumenta.
A World afirma estar em diálogo com órgãos reguladores, incluindo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. A empresa vislumbra possíveis aplicações em processos democráticos globais e até mesmo na implementação de uma renda básica universal.
Ainda não há previsão para expansão do projeto para outras regiões do Brasil. A iniciativa é gerenciada pela Tools for Humanity, empresa fundada por Sam Altman e Alex Blania.
Fonte: g1