Uma pesquisa recente do Datafolha revelou uma tendência preocupante no Brasil: o aumento das apostas online. Segundo o estudo, 15% dos brasileiros afirmam apostar ou já ter apostado em apostas esportivas online, também conhecidas como “bets”.
O mais alarmante é que o gasto médio mensal entre os apostadores chega a R$ 263, o que representa aproximadamente 20% do salário mínimo vigente em 2023.
As apostas online se tornaram uma atividade amplamente disseminada em todo o país, especialmente entre jovens e homens. De acordo com a pesquisa, 30% dos brasileiros com idades entre 16 e 24 anos já fizeram apostas, o dobro da média nacional.
Entre eles, 7% afirmam ter apostado no passado e parado, enquanto 8% continuam apostando, demonstrando um fenômeno mais pronunciado entre os jovens.
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Mesmo com a proibição legal para menores de 18 anos, há relatos de adolescentes envolvidos em apostas online. A oferta de sites de apostas esportivas no Brasil foi liberada em 2018, mas a regulamentação do mercado foi adiada.
Como resultado, o número de casas de apostas voltadas para o público brasileiro aumentou significativamente, sem regras claras de atuação e fiscalização.
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Apesar de quatro anos de oportunidade para regulamentar o mercado, o governo de Jair Bolsonaro não conseguiu fazê-lo. A explosão de casas de apostas voltadas para o público brasileiro ocorreu sem regras claras, e até mesmo investigações sobre esquemas de combinação de resultados em jogos de futebol vieram à tona em 2023.
O governo Lula passou a trabalhar na regulamentação no ano passado, e novas leis foram aprovadas para definir taxação e funcionamento das empresas que oferecem apostas online no país.
A pesquisa também revelou que a maioria dos apostadores online são homens, com 21% admitindo ter apostado, enquanto apenas 9% das mulheres relatam ter feito o mesmo. Além disso, metade dos apostadores afirma ter perdido mais dinheiro do que ganhou, indicando uma preocupação com o vício e problemas financeiros associados.
Embora haja avanços na legalização das apostas online, a pesquisa Datafolha mostra que 55% da população ainda é contra. A nova legislação inclui itens relacionados ao jogo responsável, restrições à publicidade para menores e destinação de dinheiro para o Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar danos sociais causados pelos jogos.
O governo afirma que a questão do vício em jogos é uma prioridade e está trabalhando em parceria com o Ministério da Saúde para abordar o problema de forma eficaz.
Fonte: Folha de S.Paulo