Em um desenvolvimento recente que agitou o cenário da inteligência artificial, a OpenAI foi forçada a suspender o acesso ao Sora, sua revolucionária ferramenta de geração de vídeos por inteligência artificial (IA), após um protesto sem precedentes de um grupo de artistas.
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O incidente ocorreu quando aproximadamente 20 artistas, que haviam recebido acesso antecipado à ferramenta para testes, decidiram vazar suas credenciais de acesso em protesto. O grupo expressou forte insatisfação com o que consideraram ser uma tentativa de usá-los como “marionetes de relações públicas”.
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Em manifestação publicada na plataforma Hugging Face, os artistas argumentaram que, embora tenham sido convidados como testadores iniciais e parceiros criativos, na realidade estavam sendo manipulados para participar de uma estratégia de “art washing” – termo usado para descrever a prática de usar arte para melhorar a imagem pública de uma empresa.
O grupo destacou a recente avaliação da OpenAI em US$ 150 bilhões, questionando o fato de que artistas estavam fornecendo testes e feedback sem remuneração. Além disso, criticaram o controle rigoroso da empresa sobre o conteúdo gerado pelo Sora, alegando que isso limitava a expressão criativa.
A OpenAI reagiu rapidamente ao protesto, desativando o acesso à ferramenta apenas três horas após o vazamento. Por meio de seu porta-voz Niko Felix, a empresa defendeu seu programa, afirmando que centenas de artistas participaram do desenvolvimento do Sora, contribuindo para novos recursos e salvaguardas.
Nem todos os artistas participantes do programa concordaram com o protesto. André Allen Anjos, um dos testadores, manifestou-se publicamente afirmando que a posição do grupo manifestante não refletia a opinião da maioria dos artistas envolvidos no projeto.
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O episódio trouxe à tona questões mais amplas sobre o treinamento do Sora. Em março, a CTO da OpenAI, Mira Murati, admitiu incerteza sobre o uso de dados do YouTube no treinamento da IA, levando o CEO da plataforma de vídeos a advertir explicitamente contra tal prática.
A controvérsia levanta importantes debates sobre a relação entre empresas de tecnologia e artistas, especialmente no contexto do desenvolvimento de ferramentas de IA cada vez mais sofisticadas para geração de conteúdo criativo.
Via: Variety